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    Chapter 12

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    CAMINHO DA DEVOÇÃO

     

    DEVE-SE ADORAR A UM DEUS PESSOAL OU IMPESSOAL?

     

    Arjuna perguntou: “Quais destes é o melhor conhecimento do Yoga: daqueles que sempre devotam e que adoram o Seu aspecto pessoal, ou daqueles que adoram o Seu aspecto impessoal, o Absoluto sem forma?” (12.01) 

     

    O Senhor Krishna explicou a superioridade do caminho do conhecimento espiritual no quarto capítulo 4.33 e 4.34). Ele explicou a importância de adorar a Supremo “sem-forma” (ou o Ser) nos versos 5.24-25; 6.24-28, e 8.11-13. Ele também enfatizou a adoração de Deus com forma, ou Krishna, em 7.16-18; 9.34, e 11.54-55. É de modo natural para Arjuna questionar qual caminho é o melhor para a maioria das pessoas em geral.         

     

    O Senhor Krishna disse: “Eu considero o melhor dos Yogis aquele que é sempre constante e devotado, que Me adora com suprema fé, por fixar a sua mente em Mim como seu Deus Pessoal. (12.02) (veja, também, 6.47)

                    A devoção é definida como o mais elevado amor por Deus (SBS 02). A verdadeira devoção é desmotivada, e de intenso amor por Deus para alcançá-lO (NBS 020). A real devoção é observar a graça de Deus e servir com amor para o Seu prazer. Assim, devoção é cada um fazer as suas obrigações como uma oferenda ao Senhor, com amor por Deus no coração. Diz-se, também, que devoção é concedida pela graça de Deus. Uma relação amorosa com Deus é facilmente desenvolvida através de um Deus personificado.*  Os fiéis seguidores do caminho da devoção, para Deus personalizado, numa forma humana, considerados os melhores, são como: Rama, Krishna, Moisés, Buddha, Cristo e Maomé. A Bíblia diz: “Eu Sou o caminho; ninguém vai ao Pai a não ser por Mim (João, 14.06). Alguns santos consideram a devoção como o autoconhecimento o mais superior (SBS 05).

    Toda a prática espiritual é imprestável na ausência de devoção, o profundo amor por Deus. A pérola do autoconhecimento nasce somente do núcleo da fé e da devoção. O Santo Ramanuja disse que aqueles que adoram O manifesto alcançam a sua meta em pouco tempo e sem dificuldades. Amar a Deus e a todas as Suas criaturas é a essência de todas as religiões. Jesus, também, disse: “Amarás teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com toda a tua mente...; e amais a todos como a ti mesmo (Mateus, 22.37-39)

     

    Também Me alcança quem devota o imutável, o inexplicável, o invisível, o onipotente, o inconcebível, o imóvel, o sem forma – Meu aspecto impessoal – controlando todos os sentidos, mesmo em meio a todas as circunstâncias, e se ocupam no bem-estar de todas as criaturas. (12.03-04)

     

    Uma pessoa é que competente para adorar o aspecto sem forma de Deus deve ter um completo domínio sobre os sentidos, sendo tranqüilo em todas as circunstâncias, e ocupando-se no bem-estar de todas as criaturas. O caminho do “personalismo” permite a alguém o contentamento do nome, forma e passatempos do Senhor como eles se sucederam quando Ele manifestou-SE na Terra. O caminho do “impersonalismo”é seco, cheio de dificuldades, e o avanço neste caminho é muito lento, como discutido nos versos seguintes:   

     

    RAZÕES PARA ADORAR A FORMA PESSOAL DE DEUS

     

    A auto-realização é mais difícil para aqueles que fixam a sua mente no impessoal, imanifesto e no Absoluto sem forma, porque a compreensão nesta forma imanifesta, pelos seres incorporados, é alcançada com grande dificuldade. (12.05)

     

    Deve-se ser livre dos sentimentos do corpo e estabelecer-se no sentimento apenas na existência do Ser, se alguém quer ter sucesso na adoração Absoluta sem-forma. Torna-se livre da concepção corpórea da vida, estando-se plenamente purificado, e atuando somente para o Senhor Supremo. O alcance de tal estágio não é possível para a média dos seres humanos, mas somente para almas muito avançadas. Portanto, o natural curso para o adorador normal é adorar a Deus com uma forma. Mas o método de adoração depende do indivíduo. Deve-se procurar qual o método que melhor se-nos adapta. É totalmente estéril convidar a uma criança para adorar um Deus sem forma, enquanto que um sábio vê Deus em todas as formas e não precisa de uma estátua ou mesmo de uma pintura de Deus para adorar.  

    O amor contemplativo e a adoração à deidade, de um Deus personificado, é o primeiro passo necessário para a realização do Absoluto impessoal. Diz-se, também, que a devoção para o aspecto pessoal de Deus conduz para o aspecto transcendental. Deus não é somente um “suprimento cósmico”, um ser todo-poderoso, mas o verdadeiro Ser em todos os seres. A adoração a Deus na Sua forma pessoal, na forma pessoal da deidade favorita de alguém, estimula o amor divino que desperta a autoconsciência e a experiência de unidade do devido curso do tempo. Deus, o transcendente, revela-SE naquela psique interna pura, após a contemplação amorosa de Deus, o imanente.

                    Não há uma diferença real entre os dois caminhos – o caminho da devoção para um Deus pessoal e o caminho do autoconhecimento de Deus impessoal – na sua mais elevada extensão. No elevado estágio de realização eles fundem-se e se tornam um só. Os sábios consideram o caminho da devoção mais fácil para a maioria das pessoas, particularmente para os principiantes. De acordo com Tulasidasa, o caminho do autoconhecimento é difícil de ser compreendido, explicado e seguido, É, também, muito fácil cair do caminho do conhecimento ou retrair-se para o plano do amor sensual da consciência (TR 7.118.00). Nos próximos dois versos, o Senhor dirá que o caminho da devoção não é somente fácil, mas também que é o caminho mais rápido do que o caminho do conhecimento.

    O pessoal e o impessoal, a forma física ou transcendental, são os dois lados da moeda da realidade última. Ramakrishna disse: “A imagem de adoração é necessária no começo, mas não mais tarde, assim como um andaime é necessário durante a construção de um prédio”.  A pessoa deve, primeiro, fixar os pensamentos e a mente na forma pessoal de Deus, após isto, fixar-se na forma transcendental. “A mais elevada liberação é possível somente pela realização de que Deus é igual em todos os seres” (BS 4.3.15; ShU 3.07) e advinda somente através da maturidade da devoção para Deus personalizado e Sua graça. Esta realização é o segundo (ou espiritual) nascimento, ou a segundo vinda de Cristo. Jesus disse: “O reino do Pai espalha-se por sobre aTerra, e as pessoas não vêem”. Outros grandes sábios dizem: “É como um peixe na água ficar com sede, e procurar por água”.

    De acordo com as escrituras antigas, qualquer prática espiritual tornar-se mais poderosa se é feita com conhecimento, fé e contemplação, por uma deidade personificada (ChU 1.01.10). A prática ascética, oração, caridade, penitência, realização de sacrifício, promessa e outras observâncias  religiosas, caem por terra, na mesma proporção do degrau desprovido de fé. O imã da devoção atrai facilmente o Senhor (TR 6.117.00)

     

    Mas para aqueles que Me adoram com inabalável devoção como Seu Deus Peersonificado, em quem os pensamentos estão postos na Minha forma pessoal, e que oferecem todas as ações para Mim, os objetivos para Mim com o Supremo, e meditam em Mim – Eu ligeiro Me torno redentor deles, do mundo que é um oceano de mortes e reencarnações, Ó Arjuna. (12.06-07)

     

    Cruza-se facilmente o oceano da reencarnação através da ajuda do barco inabalável do amor e da devoção por um Deus pessoal com forma (TR 7.122.000). Os seguintes versos explicam quatro diferentes métodos para adorar a Deus, com ou sem a ajuda de uma forma de Deus ou deidade.

     

    QUATRO CAMINHOS PARA DEUS

     

    As pessoas nascem diferentes. Qualquer um que prescreve um só método para todos está, certamente, iludindo, porque não há uma panacéia. Um só método ou sistema não pode adequar-se as necessidades espirituais de todos. O Hinduísmo, com seus muitos ramos e sub-ramos, oferece uma amplitude de escolhas de práticas espirituais para adaptar-se as pessoas em qualquer estágio de desenvolvimento pessoal. Todos os caminhos conduzem a salvação, porque eles todos culminam em devoção: intenso amor por Deus.

     

    Portanto, focalize a sua mente em Mim e deixe a sua inteligência residir apenas em Mim, através da meditação e da contemplação. Desde então, você certamente Me alcançará. (12.08)

     

    Este é o caminho para a meditação (veja o capítulo 6 para mais detalhes) para a mente contemplativa. Pensar sobre uma forma escolhida de Deus, o tempo todo, é diferente de adorar a forma, mas ambas as práticas possuem as mesmas qualidades e efeitos. Em outras palavras, contemplação é também uma forma de adoração.

     

    Se você é incapaz de focalizar firmemente a sua mente em Mim poderá alcançar-Me por longa prática de qualquer outra disciplina espiritual, assim como um ritual, ou adoração de deidade que você escolher. (12.09)

     

    Este é o caminho do ritual, oração, e adoração devocional, recomendado para pessoas que são emocionais, e possuem muita fé, mas pouca tendência  para o raciocínio (Veja, também, 9.32). Constantemente contemple e concentre a sua mente em Deus, usando símbolos ou gravuras mentais de uma forma pessoal de Deus como uma ajuda no desenvolvimento da devoção.

     

    Mesmo se você for inapto para qualquer disciplina espiritual, então dedique todo o teu trabalho para Mim, ou faça todas as obrigações para Mim. Você alcançará a perfeição por fazer as suas obrigações prescritas para Mim – sem qualquer motivo egoísta – da mesma forma que um instrumento, para servir e agradar-Me. (12.10)

     

        Este é o caminho para o conhecimento transcendental ou renunciação, adquirido através da contemplação, e dos estudos das escrituras, por pessoas que realizaram a verdade, de que nós somos somente instrumentos divinos (Veja, também, 9.27, 18.46). O Senhor, em Si mesmo, guia cada esforço da pessoa que trabalha para o bem da humanidade, e o sucesso chega para a pessoa que dedica sua vida para servir a Deus.

     

    Se você for incapaz de dedicar o seu trabalho para Mim, então simplesmente renda-se a Minha vontade, e renuncie aos apegos, e a inquietação, para os frutos de todo o trabalho, através do aprendizado em aceitar todos os resultados, com equanimidade, como um graça de Deus. (12.11)

     

    Este é o caminho do Karmayoga, o serviço desapegado para a humanidade, discutido no capítulo 3, para o chefe de família que não pode renunciar as atividades do mundo e trabalha o tempo todo para Deus, assim como é discutido no verso 12.10, acima. A principal verdade dos versos 12.08-11 é que deve-se estabelecer algum relacionamento com o Senhor – assim como um criador, pai, mãe, amado, criança, salvador, guru, mestre, ajudante, convidado, amigo e mesmo um inimigo.

    Karmayoga, ou renúncia ao apego egoísta aos frutos do trabalho, não é um método de última instância – como possivelmente aparece no verso 12.11. Ele é explicado no verso seguinte:  

       

    KARMA-YOGA É O MELHOR COMEÇO

     

    O conhecimento transcendental das escrituras é melhor do que a mera prática ritualística; a meditação é melhor do que o conhecimento das escrituras; a renúncia ao apego egoísta aos frutos do trabalho (Karmayoga), é melhor que meditação; porque a paz advém imediatamente pela renúncia das causas egoístas. (12.12) (veja mais sobre renúncia em 18.02, e 18.09)

     

    Quando cresce em alguém o conhecimento de Deus, todo o Karma é gradualmente eliminado, porque aquele que situa-se no conhecimento sabe que não é o fazedor, mas um instrumento de trabalho para o prazer do criador. Tal uma ação em consciência de Deus torna-se devoção – livre de qualquer obrigação kármica.Desta forma, não há uma rígida demarcação entre os caminhos do serviço sem egoísmo, o conhecimento espiritual e a devoção.

     

    OS ATRIBUTOS DE UM DEVOTO

     

    Aquele que não odeia nenhuma criatura, que é amigável e misericordioso, livre da idéia de “eu” e “meu”, sendo o mesmo na dor e no prazer, perdoando, e que está sempre contente, que há subjugado a mente, e cuja resolução está firme, cuja mente e inteligência estão ocupadas em juntar-se a Mim, e que é muito devotado a Mim, Me é muito querido. (12.13-14)

     

    Para alcançar a união com Deus deve-se possuir a perfeita dignidade como Ele, através do cultivo das virtudes morais. A Bíblia, também, diz: “Sede perfeitos em vós mesmos, assim como vosso Pai é perfeito no céu (Mateus 5.48). o Santo Tulasidasa disse: “Ó Senhor, que cada um em quem Você banhe com Sua generosidade torne-se um oceano de perfeição. O monstruoso pelotão da luxúria, ira, avareza, paixão cega, e orgulho, assombram a mente enquanto o Senhor não permanece no interior da psique. Virtude e disciplina são os dois meios certos de devoção. Uma lista de quarenta (40) virtudes e valores são dados nos versos 12.13 e 12.19, pela descrição das qualidades de um devoto ideal, ou uma pessoa auto-realizada. Todas estas nobres qualidades tornam-se manifestas num devoto.

     

    Aquele que é muito querido por Mim não agita os outros e não é agitado por eles, que é livre do prazer, inveja, medo, e ansiedade, também é muito querido por Mim (12.15)

     

    Aquele que é desapegado, puro, sábio, imparcial, e livre da ansiedade, que há renunciado a adoração do fazer em todas as obrigações, semelhante a um devoto, é querido para Mim. (12.16)

     

    Aquele que nunca se regozija e nem sente pesar, nem na satisfação ou no desgosto, que há renunciado o bem e o mal, e está pleno de devoção, também é querido por Mim. (12.17)

     

    Aquele que é o mesmo em relação aos amigos ou inimigos, na honra ou na desgraça, no calor e no frio, no prazer e na dor; que está livre do apego; que é indiferente na crítica ou no louvor; que é quieto, e contente com o que possui; que é despegado em relação a lugar, país, ou ao lar; que está tranqüilo, e pleno de devoção, tal pessoa é querida por Mim. (12.18-19)

     

    Diz-se que os controladores divinos, com suas qualidades exaltadas, como o conhecimento de Deus, sabedoria, renúncia, desapego, e equanimidade, sempre residem no interior da psique de um devoto puro. Assim, o devoto perfeito que renuncia a atração pelo mundo e seus objetos e tem amor por Deus é recompensado pelo Senhor, com as divinas qualidades discutidas acima, e em outros lugares do Bhagavad-Gita, e são muito queridos pelo Senhor. Mas e aqueles que são imperfeitos, mas tentam sinceramente para a perfeição? A resposta vem no próximo verso.

     

    AQUELE QUE SINCERAMENTE ASPIRA PELAS QUALIDADES DIVINAS

     

    Mas aqueles devotos fiéis, que colocam-Me como a meta suprema, e a seguem, ou verdadeiramente aspiram o desenvolvimento – do néctar mencionado acima dos (quarenta) valores morais - são muito queridos por Mim. (12.20)

     

    Alguém, talvez, tenha todas as virtudes, mas um esforço sincero para o desenvolvimento das virtudes é mais apreciado pelo Senhor. Assim, o indivíduo que aspira as virtudes é muito querido pelo Senhor. Os devotos da classe superior não desejam qualquer coisa, incluindo salvação pelo Senhor, exceto por uma bênção:  A devoção aos pés de lótus de um Deus personificado, nascimento após nascimento (TR 2.204.00). A classe inferior de devotos usa Deus como um servo para realizar suas exigências materiais e desejos pessoais. O desenvolvimento de amor e devoção inabaláveis aos pés de lótus do Senhor é o alvo final de toda a disciplina espiritual, e é um feito meritoso, como o objetivo do nascimento humano. Um verdadeiro devoto considera a si mesmo um servo, o Senhor o Mestre, e, a criação inteira, seu corpo.

    O caminho da devoção é o melhor caminho para a maioria das pessoas, mas Devoção não se desenvolve sem uma combinação de esforço pessoal, fé, e a graça de Deus. As nove técnicas para cultivar a devoção – um intenso amor por Deus como um Ser personificado – baseado no Tulasi Ramayana (Tr. 3.34.04 – 4.35.03), são: (1) A companhia de um santo e sábio; (2) escutar e ler as glórias e histórias as incarnações do Senhor e Sua atividades da criação, preservação e dissolução, como é dado nas escrituras religiosas; (3) Seva, ou servir a Deus através do serviço aos necessitados, aos santos e a sociedade; (4) canto congregacional e o murmurar das glórias de Deus; (5) repetir os nomes do Senhor e o mantra com fé firme; (6) disciplina, controle sobre os seis sentidos, e desapego; (7) ver seu Deus personificado em todas os lugares e em todos; (8) contentamento e ausência de ambição, bem como abster-se de comentar as falhas dos outros, e (9) simplicidade, ausência de ira, inveja, e ódio. A melhor coisa que uma pessoa precisa desenvolver é o amor por Deus. O Senhor
    Rama disse que aquele que segue qualquer um dos métodos citados acima com fé desenvolve amor por Deus, e torna-se um devoto.

    A boa companhia dos santos e sábios é uma ferramenta muito poderosa para a realização em Deus. É dito que amizade, discussões, relacionamentos, e casamento devem ser realizados com igualdade, ou com aqueles que são melhores do que nós, e não com um nível de inteligência inferior (MB 5.13.117). Uma pessoa é conhecida pela companhia que ela tem. De acordo com a maioria dos sábios e santos, o caminho da devoção é muito simples e fácil de ser executado. Pode-se simplesmente cantar um mantra pessoal, ou qualquer nome sagrado de Deus. Não há restrições e nem tempo certo, ou lugar, para cantar os Santos Nomes de Deus. O processo de serviço devocional consiste em um ou mais das seguintes práticas: ouvir discursos [sobre Deus]; cantar os Santos Nomes de Deus; lembrar e contemplar a Deus; adorá-lO; rezar para Ele; servir a Deus e a humanidade, e render-se as Sua vontades.

    A inter-conexão dos quatro caminhos do yoga, discutidas nos primeiros doze capítulos do Bhagavad-Gita, podem ser sumarizados como o seguinte: 

    A prática do Karmayoga conduz para a purificação da mancha do egoísmo da mente, que pavimenta o caminho para o conhecimento de Deus, para ser revelado.  O conhecimento desenvolve-se dentro do amor devocional de Deus. O pensar constantemente em Deus, o objeto de nosso amor devido a devoção, é chamado de meditação e contemplação, que finalmente conduz para a iluminação e salvação. 

     

     

    HÁ SOMENTE UM CAMINHO CERTO PARA DEUS?

                   

    O Senhor Krishna falou-nos sobre ambos Seus aspectos: manifesto e imanifesto, em capítulos anteriores. Os questionamentos de Arjuna foram respondidos em grandes detalhes neste capítulo, mas as pessoas ainda argumentam que um método de adoração ou certas práticas religiosas são melhores do que outras. Semelhantes pessoas somente entendem “meia verdade”. Em nossa opinião, é absolutamente claro que o método de adoração depende da natureza individual. A pessoa ou o guru pessoal devem descobrir qual o caminho será mais adequado para o indivíduo, dependendo do temperamento da pessoa. Forçar ele ou ela ao método particular de adoração é um grande dano que um guru pode fazer para seus discípulos. As pessoas introvertidas devem adorar um Deus personificado; enquanto que a extrovertidas devem contemplar o aspecto impessoal. A coisa importante é o desenvolvimento da fé e do amor por Deus. Deus é poderoso para manifestar-Se diante um devoto em qualquer forma, apesar dos devotos escolherem formas de adoração.

    O que funciona para um, talvez não funcione para todos, então, o que faz alguém pensar que seu método é universal? Não haveria a necessidade para o Senhor discutir os diferentes caminhos do Yoga, se houvesse um só caminho para todos. Se a escolha do caminho da disciplina espiritual não dá a paz a alguém, ou a realização em Deus, então deve ser entendido que não se está praticando corretamente, ou o caminho não está certo para o indivíduo. Deve-se ter em mente que uma gota d´água, não sendo importante que caminho seguirá, irá finalmente alcançar o oceano. 

       

    * Nota do tradutor: Na tradição védica, o ato de adorar um Deus impessoal, como uma força, uma energia, ou algo desta natureza, é muito difícil de desenvolver amor puro por Deus. O fato de o devoto adotar um Deus personificado, como Krishna, por exemplo, facilita o desenvolvimento de amor por Deus, uma vez que Ele é retratado e visto como uma Pessoa Suprema, com nome, forma, passatempos de características próprias de cada era. Shri Krishna é um avatara do Senhor  Vishnu, chamado de purna-avatara, porque possui todas as qualidades e potências do Senhor Supremo; porque Krishna é o Senhor supremo em pessoa. Traduzimos, neste verso, a expressão “a personal God”, como “Deus personificado”, para diferenciar de um “deus pessoal”, ou de um deus segundo a concepção de cada um. Os esclarecimentos sobre as formas de Deus, que cada um deve adotar, é descrito no comentário restante do verso.